Europa recua no plano de banir motores a combustão em 2035 e Brasil pode ser beneficiado

A transição energética nos transportes ganhou um novo capítulo. A União Europeia decidiu revisar seu plano que previa o fim da venda de carros com motores a combustão a partir de 2035. A mudança surpreende, especialmente porque a decisão anterior já havia sido aprovada pelo Parlamento Europeu. Agora, o bloco europeu adota uma postura mais flexível, considerando os avanços de tecnologias como os combustíveis sintéticos e o fortalecimento da indústria automotiva local frente à concorrência chinesa.

Há a preocupação econômica de que as montadoras europeias vêm perdendo competitividade frente às fabricantes chinesas, que avançam agressivamente no mercado global de veículos elétricos. Para equilibrar o jogo, a UE quer fortalecer sua indústria local, inclusive com incentivos à produção de veículos elétricos de entrada, mais acessíveis ao consumidor.

Mas a justificativa principal para a revisão da meta está no avanço dos combustíveis alternativos, especialmente os combustíveis sintéticos e os biocombustíveis, que evoluíram mais rapidamente do que o previsto. Esses novos combustíveis podem reduzir significativamente as emissões de carbono sem exigir a substituição imediata da frota atual.


(Divulgação / Petrobras)

E o Brasil vem ganhando protagonismo global neste novo cenário. O etanol brasileiro, já reconhecido há décadas como combustível de baixo carbono, ganha ainda mais importância nesse contexto. A demanda pelo produto pode crescer até 2,4 vezes até 2040, impulsionada tanto pelo mercado interno quanto pela exportação, inclusive para países europeus que buscam alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis. Essa valorização do etanol brasileiro mostra que o futuro da mobilidade será cada vez mais plural, com diferentes soluções energéticas coexistindo.

Apesar do avanço dos veículos elétricos, a decisão da União Europeia mostra que o motor a combustão, renovado por tecnologias mais limpas, continuará relevante por muitos anos. A combinação de combustíveis sustentáveis, como o etanol e os sintéticos, com motores cada vez mais eficientes, torna possível reduzir emissões sem abandonar toda a infraestrutura atual.

Essa é uma boa notícia para o setor automotivo como um todo, inclusive no Brasil, no qual a diversidade de tecnologias pode significar um caminho mais realista e equilibrado rumo à mobilidade sustentável.


FAQ

Os carros a combustão vão mesmo acabar?
Não tão cedo. A tendência atual é transformar os motores a combustão com combustíveis mais limpos, não eliminá-los totalmente.

Qual o papel do etanol no futuro da mobilidade?
O etanol brasileiro é uma alternativa sustentável e deve ganhar ainda mais destaque nos próximos anos, inclusive com exportações para a Europa.

2025-12-12T10:37:15-03:00
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